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Igreja Perseguida: o mapa da hostilidade contra os cristãos (parte 1)

Igreja Perseguida: o mapa da hostilidade contra os cristãos (parte 1)
novembro 2, 2018 Redação SuaNVT

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Leia a primeira parte da entrevista especial com Marco Cruz, secretário geral da Missão Portas Abertas no Brasil

Organização cristã internacional, a Missão Portas Abertas atua em mais de 60 países apoiando os cristãos perseguidos por sua fé em Jesus. A história do ministério começou quando André, um jovem de 27 anos, participou de uma viagem à Polônia, e depois conheceu a necessidade da igreja nessa região. Anos antes, aos 21 anos, o garoto holandês havia se voluntariado como soldado na Indonésia e, após ser ferido por uma bala, começou a ler a Bíblia e se entregou ao Senhor Jesus. De volta à Holanda, dedicou sua vida à obra missionária. Em 1953, começou seus estudos em um centro de treinamento da Cruzada de Evangelização Mundial, em Glasgow, uma sociedade missionária britânica. Até que em 1955, em uma viagem à Polônia, o jovem missionário descobriu um remanescente do corpo de Cristo por trás da Cortina de Ferro com necessidade urgente de Bíblias. Então o Irmão André – como seria conhecido mais tarde em todo o mundo – distribuiu uma mala cheia de literatura cristã marcando o humilde começo do ministério que mais tarde passou a ser chamado de Portas Abertas. Não havia planos nem passava por sua cabeça liderar um dia uma organização mundial. “Deus revelou uma necessidade a mim e eu fiz tudo o que podia fazer. Outros se juntaram a mim, o trabalho cresceu e pessoas de diversos países começaram a se envolver”, compartilha. A rede clandestina de cristãos nativos ajuda na distribuição secreta de milhões de Bíblias a cada ano. Além disso, a Portas Abertas também treina milhares de pastores e líderes por meio de seminários e cursos e os auxilia com treinamento, distribuição e apoio socioeconômico nos países mais perigosos do mundo. De acordo com o Irmão André, a missão se chama Portas Abertas porque creem que não há portas fechadas para proclamar a Cristo (Apocalipse 3.8). No Brasil, o ministério teve início em 1978, com Elmira Pasquini e outros cristãos, os quais formalizaram o escritório da Portas Abertas no Brasil em 1° de maio. O objetivo, desde então, continua o mesmo: divulgar a realidade da Igreja Perseguida e encorajar pessoas a orar, apoiar financeiramente e se engajar no serviço aos cristãos perseguidos.

Para trazer a você, leitor MC, mais informações sobre o sublime trabalho desenvolvido pela Missão Portas Abertas, entrevistamos Marco Cruz, secretário geral da instituição no Brasil. No bate-papo, dividido em duas edições especiais, Marco compartilha fatos impactantes sobre a realidade da Igreja Perseguida, inclusive no contexto latino-americano, fala sobre as ações implementadas pela Portas Abertas em várias partes do mundo e dá dicas de como um interessado pode ajudar e participar da missão. Um conteúdo riquíssimo que você não pode perder. Confira!

Quais ações a Portas Abertas desenvolve?

Marco Cruz: Temos como princípio ouvir primeiro as necessidades dos cristãos perseguidos, identificar os problemas e entender seu contexto para, então, planejar o socorro.

Cada projeto da Portas Abertas é adaptado a cada situação, mas eles podem ser classificados em: Distribuição de Bíblias e materiais cristãos; Treinamento e alfabetização; Ações institucionais; e Ajuda socioeconômica.

Distribuição de Bíblias e materiais cristãos: Há países como o Vietnã, onde a Bíblia é controlada pelo governo; ou como no Turcomenistão, onde o preço é tão alto que poucos conseguem adquiri-la; em outros casos, a Palavra de Deus não está traduzida para o idioma local.
Por isso, há ações de distribuição de Bíblias, livros, vídeos, cartões USB e todo tipo de ferramenta, incluindo itens para jovens e crianças, que possam ajudar os cristãos a conhecer melhor a palavra de Deus.

Treinamento e alfabetização: A falta de treinamento bíblico é realidade em muitos países como Sudão, Índia e Egito. Recém-convertidos passam a liderar igrejas, mesmo sem conhecimento sobre as bases da fé. Esse problema pode levar a heresias. Além disso, a prática da fé cristã traz a mudança para um estilo de vida que, em geral, é diferente do que é aceito em algumas culturas, o que costuma provocar ódio e violência. É preciso preparar esses cristãos biblicamente. Há treinamentos da Portas Abertas para pastores, líderes, professores de escola dominical, casais etc. Os cursos de alfabetização são fundamentais para que o cristão possa ler a Bíblia por si próprio e ser capaz de permanecer firme na fé.

Ações institucionais: Os projetos de ações institucionais levam ajuda aos cristãos que enfrentam injustiças e não sabem como se defender. Essas ações envolvem pressão junto a governantes e parlamentares, visitas aos presos, distribuição de cartilhas com as leis do país e assessoria jurídica em caso de prisão.

Ajuda socioeconômica: Em alguns países, especialmente na África e no Oriente Médio, é comum cristãos serem demitidos de seus empregos e impedidos de tentar um novo trabalho quando confessam a fé em Jesus Cristo. Outros acabam privados de coisas simples, porém vitais, como acesso à água, cuidados médicos e escola para os filhos, como na Índia. Em países muçulmanos, onde principalmente as mulheres cristãs não podem trabalhar, a Portas Abertas leva treinamento profissional e cursos de alfabetização que as capacitam a sobreviver.

Em quais locais a Portas Abertas atua?

Atualmente, temos projetos em mais de 60 países onde há perseguição religiosa a cristãos. Muitos desses países estão dentro da chamada Janela 10×40 (área que se estende do oeste da África, passa pelo Oriente Médio até a Ásia, entre os paralelos 10 e 40 ao norte do Equador), mas o trabalho não está restrito a ela. Por motivos de segurança, não divulgamos nossa presença em muitos locais. Além desses países, também atuamos em outros locais onde não há perseguição religiosa, por meio de nossos escritórios que divulgam a causa da Igreja Perseguida.

Quantos colaboradores estão envolvidos com a missão, no Brasil e no exterior?

No Brasil, 42 pessoas no escritório e cerca de 400 voluntários. Mais de 30.000 parceiros apoiam em oração e financeiramente a Missão a partir do Brasil. Globalmente, contamos com uma equipe de 1.284 colaboradores.

Como a ajuda chega aos cristãos perseguidos?

O ministério atua com dois tipos de escritórios, chamados “bases”, onde mais de 1.000 colaboradores trabalham atualmente: 12 bases de campo e 19 bases de desenvolvimento. As bases de campo elaboram e executam os projetos diretamente junto aos cristãos perseguidos e são responsáveis pelas informações sobre a situação deles onde vivem, assim como sobre o andamento dos projetos. As bases de desenvolvimento são responsáveis por engajar parceiros, em intercessão e doação, e levantar recursos para a execução dos projetos no campo. As doações arrecadadas são transferidas para a Portas Abertas Internacional — o escritório central —, que as direciona para as bases de campo. O ministério possui hoje duas sedes: uma na Holanda e outra nos Estados Unidos. Além de todas as bases terem suas contabilidades auditadas por empresas independentes, a Portas Abertas Internacional mantém um departamento de auditoria interna desde janeiro de 2010. A base brasileira, com sede em São Paulo, existe para conscientizar e mobilizar os cristãos brasileiros a socorrerem cristãos perseguidos em outros países, por meio de oração e apoio financeiro.

De que forma a instituição é mantida?

A instituição é mantida pela doação de parceiros e com oração e engajamento de voluntários.

Fique de olho!

Na segunda parte dessa entrevista especial, Marco Cruz fala acerca da importância de os cristãos estarem atentos à realidade da Igreja Perseguida, elucida os tipos de perseguição mais comuns que acontecem ainda hoje, comenta sobre a realidade latino-americana, deixa uma mensagem aos leitores e muito mais. Não perca!

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