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Entrevistamos Mark Carpenter, Ricardo Dinapoli e Renato Fleischner, presidente e diretores da Mundo Cristão, respectivamente. Eles falam sobre os desafios e as curiosidades que permearam os bastidores da produção da NVT e compartilham insights sobre a concepção desse lançamento histórico.
SuaNVT: Quais foram os principais desafios enfrentados durante o processo de tradução e produção da NVT?
Mark Carpenter: Tivemos desafios enormes no processo de tradução. Foi necessário investir continuamente durante anos, com perspectiva de obter qualquer retorno financeiro somente no futuro distante. Tivemos que manter a equipe de tradução coesa e motivada para concluir o projeto, mesmo em meio a desafios constantes no que diz respeito às questões de agenda e saúde.
A morte de Carlos Osvaldo, em outubro de 2014, foi extremamente triste para todos. Como líder do projeto, ele estabeleceu um altíssimo padrão de excelência na tradução e exerceu grande influência sobre os demais membros da equipe. Aplicou erudição linguística e exegética às minúcias da grande tarefa confiada às suas mãos, e instituiu um estilo de comunicação que norteou o trabalho de todos. Liderou com maestria, humildade e visão clara daquilo que a NVT poderia vir a ser para o leitor brasileiro. Seu entusiasmo com o texto contagiou a todos que o conheciam. Cerca de 80% da tradução passou por suas mãos antes de seu falecimento. Com esse mesmo padrão de excelência na exegese e comunicação, seu colega e amigo Dr. Estevan Kirschner o substituiu na liderança do comitê de tradução concluindo o projeto.
O maior desafio, no entanto, ainda está à frente. É necessário que o texto seja aceito amplamente por toda a igreja e pela sociedade brasileira. Temos certeza de que temos qualidade para alcançar tal objetivo. Entendemos que a realidade da excelência textual deve ser acompanhada também pela boa vontade do público leitor no sentido de reconhecer tal excelência e desfrutar da leitura para a sua edificação pessoal e espiritual.
SuaNVT: De que forma a missão da editora se cumpre ao disponibilizar ao público de língua portuguesa um texto bíblico com o rigor de qualidade aplicado à NVT?
Mark: A missão da Mundo Cristão tem a ver com a criação e distribuição dos melhores textos de cosmovisão cristã, visando à transformação de vidas. Por isso temos editado centenas de livros sobre uma grande diversidade de temas, todos baseados em princípios e ensinamentos presentes na Bíblia. Publicar uma nova tradução das Sagradas Escrituras é a maneira mais eficaz de disseminar a palavra revelada de Deus para quem fala português no mundo atual. Nenhuma estratégia de publicação consegue chegar mais próximo do cerne de nossa missão. Fomos criados para isso.
“Para muitos leitores, a experiência de mergulhar nas páginas da NVT resultará numa sensação nítida de estar lendo a Bíblia pela primeira vez.”
SuaNVT: Qual mensagem daria aos leitores que, a partir de agora, têm à disposição essa nova tradução das Sagradas Escrituras?
Mark: Muitos que procuram uma tradução da Bíblia fiel aos textos originais optam por versões difíceis de compreender, e acabam tendo de recorrer a dicionários e comentários bíblicos. Por outro lado, tem gente que prefere as versões facilitadas, mas se sente insegura ao usá-las para estudo ou ensino. A Nova Versão Transformadora é fiel e fluente. É precisa e também fácil de compreender. Para muitos leitores, a experiência de mergulhar nas páginas da NVT resultará numa sensação nítida de estar lendo a Bíblia pela primeira vez. Nossa mensagem para esses leitores é simples: “Descanse e descubra o que a Palavra tem a revelar para você”.
SuaNVT: Como os pastores poderão se beneficiar do texto bíblico no dia a dia da igreja?
Ricardo Dinapoli: Na minha experiência como pastor, era muito comum os irmãos da igreja me perguntarem o sentido e o significado de alguma passagem bíblica. Eu sempre ficava intrigado com isso, pois não me parecia correta essa dependência. Claro, para mim, depois de 6 anos estudando teologia e as línguas originais, era mais fácil entender algumas passagens, mas para meus irmãos era muito difícil. Agora imagine para um visitante…
O que eu fazia para esses irmãos era explicar o mesmo texto com “outras palavras”, mantendo a fidelidade ao original, mas sem usar aquela linguagem mais arcaica ou estruturalmente literal. Isso me tirava um tempo precioso para ministrar a aplicação do próprio texto na vida desses irmãos.
Por que tem de ser assim? Será que Deus não quer ser compreendido? Por que, então, Deus se preocupou em deixar essa mensagem para a humanidade?
Não, o objetivo de Deus é se fazer entendido. É comunicar. É revelar-se. Ser conhecido.Portanto, a tradução bíblica precisa respeitar esse objetivo de Deus.
A NVT resgata o sentimento e o entendimento que os povos da antiguidade tiveram assim que ouviram a palavra de Deus em sua época, seja da voz de um profeta, seja por meio de um papiro ou pergaminho. Afinal, não nos esqueçamos, a Bíblia foi escrita em linguagem simples, do dia a dia, por pessoas comuns, como agricultores, pastores de ovelhas e pescadores.
Sim, querido colega de ministério, não será mais necessário gastar tempo explicando o que significa “concupiscência da carne”, mas teremos mais tempo para ajudar nossos irmãos a não ceder ao “desejo intenso por prazer físico”.
SuaNVT: “Tradução adequada tanto para o estudo individual como para a leitura em voz alta.” O que isso significa?
RD: A NVT é um texto único. Por apresentar uma leitura fluente e fiel, ela pode ser usada em diversas situações e contextos. Em relação à leitura em público, por exemplo, lembro-me dos meus próprios tropeços (e vergonha) com algumas palavras presentes em outras versões, como: “enxúndias nas ilhargas”, “rubicundo”, “rixosa e iracunda” e “vitupério”.
Não seria mais fácil ler um texto bíblico com palavras e sentido fiéis ao original, mas de uso comum em nosso dia a dia, faladas no português contemporâneo? Para isso veio a NVT. Agora no lugar de “enxúndias nas ilhargas” temos “barriga que acumulou gordura”; para “rubicundo”, temos “moreno”; para “rixosa e iracunda”, temos “briguenta que só sabe reclamar” e, para “vitupério”, temos “desonra”. Todas essas palavras são fiéis aos originais e de claro entendimento.
Uma tradução não é feita palavra a palavra, numa simples substituição por termos conhecidos e contemporâneos. É preciso respeitar a construção frasal da língua para a qual se está traduzindo, de modo que as palavras, fiéis ao original, também façam sentido na língua atual. E, porque a língua de um povo é dinâmica, os estudiosos da NVT voltaram ao hebraico e ao grego, a fim de refazer as frases, desta vez, trazendo lógica e sentido no português moderno.
SuaNVT: Como aliar tradição e inovação em uma Bíblia que atende às exigências de diversos perfis de leitores, seja o especialista em exegese bíblica ou seja o leigo que procura uma palavra de inspiração bíblica que fale diretamente à alma?
Renato Fleischner: Basicamente, o trabalho de tradução da NVT foi executado por duas frentes: uma equipe composta de doutores e mestres com larga experiência, que procurou manter a fidelidade aos textos originais; e uma equipe interna de revisores da Editora Mundo Cristão, que afinou o estilo do texto com o intuito de compatibilizar erudição e comunicabilidade. O resultado é uma versão acessível para os mais variados públicos, primando pelo resgate do prazer da leitura da Bíblia Sagrada.
SuaNVT: Quais são os principais elementos que norteiam a composição gráfica e a concepção da NVT como um produto editorial?
RF: A fonte Lucerna, utilizada na NVT, foi desenvolvida com exclusividade para a nossa versão. Ela possibilita a compactação do texto mantendo um alto nível de legibilidade. Esse recurso revelou-se fundamental, uma vez que nossa tradução contém mais de 4.000 notas de rodapé, que buscam facilitar a compreensão. A disposição gráfica do texto também é um fator diferencial, pois respeita os diversos estilos literários presentes nas Escrituras. Por fim, as muitas opções de capa, desenvolvidas para alcançar a preferência de diferentes perfis de público, aliam tradição e modernidade.